A acessibilidade no transporte público é um tema essencial para garantir que todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, possam se deslocar de maneira segura e eficiente. No Brasil, muitas cidades têm investido em melhorias para tornar o transporte mais acessível, mas ainda existem desafios significativos. Ernani Rezende Kuhn, especialista em mobilidade urbana, analisa os avanços e as dificuldades que ainda precisam ser superadas para garantir a verdadeira inclusão no transporte público.
Nos últimos anos, algumas cidades brasileiras começaram a implementar mudanças significativas para melhorar a acessibilidade. A inclusão de elevadores, rampas de acesso e assentos preferenciais para pessoas com deficiência são alguns exemplos dessas melhorias. No entanto, Ernani Rezende Kuhn ressalta que, apesar dos esforços, muitas cidades ainda enfrentam grandes desafios. “Embora a acessibilidade tenha melhorado em algumas áreas, a implementação continua sendo desigual, com muitos sistemas de transporte ainda carecendo de recursos básicos”, afirma Ernani Rezende Kuhn.
O transporte público acessível não se resume apenas a rampas e elevadores. Ernani Rezende Kuhn, sobrinho de Márcia, explica que a integração de tecnologias e a formação de motoristas e funcionários são essenciais para garantir que as pessoas com deficiência possam usar o sistema de transporte sem dificuldades. “É necessário que os motoristas estejam treinados para lidar com situações específicas, como ajudar pessoas com deficiência visual ou mobilidade reduzida”, destaca Ernani Rezende Kuhn.
Dados recentes apontam que mais de 6 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência, o que representa uma parte significativa da população que depende do transporte público para suas atividades diárias. Muitos relatos de pessoas com deficiência ainda destacam a falta de acesso adequado aos ônibus, metrôs e outros meios de transporte. Um exemplo é o depoimento de Maria Clara, uma usuária de cadeira de rodas, que comenta: “Em muitas cidades, a falta de rampas nos ônibus e a dificuldade de acesso às plataformas de metrô ainda são um grande obstáculo para quem tem mobilidade reduzida”.
O uso de tecnologia assistiva é outro aspecto que pode melhorar a acessibilidade no transporte público. Ernani Rezende Kuhn sugere que tecnologias como aplicativos de smartphone que informam sobre acessibilidade nas estações, além de sistemas de áudio e vídeo nas paradas e dentro dos veículos, são formas de tornar o transporte mais inclusivo. “A tecnologia pode fazer a diferença, não só no transporte físico, mas também em proporcionar informações claras e acessíveis para as pessoas com deficiência”, explica Ernani Rezende Kuhn.
Apesar dos avanços, ainda há muito trabalho a ser feito. Ernani Rezende Kuhn acredita que a acessibilidade no transporte público é um processo contínuo e que as cidades precisam se comprometer mais seriamente com essa causa. Para ele, a inclusão de todas as pessoas no sistema de transporte público é uma questão de direitos humanos e deve ser prioridade nas políticas públicas. “As cidades precisam garantir que todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, possam se locomover de maneira independente e segura”, conclui Ernani Rezende Kuhn.