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Em meio ao reinado do quiet luxury e à sobriedade elegante típica do street style parisiense — com boinas sofisticadas, luvas rendadas da Gucci e bolsas estruturadas da Bottega Veneta — um novo personagem rouba a cena com seu ar lúdico e irreverente: o Labubu. Colorido, felpudo, com orelhas de coelho e sorriso dentuço, o boneco virou um acessório queridinho entre celebridades como Rihanna, Dua Lipa e Lisa (BLACKPINK), pendurado em bolsas de luxo como Birkins e Bottegas sem o menor esforço em “combinar”.
O contraste entre a estética excêntrica do personagem e o refinamento das peças de alta-costura ilustra uma quebra clara de códigos no universo da moda de luxo. Para a consultora de estilo Adriana Verbicario, “o Labubu personifica uma tendência que vai além da fofura: ele representa a liberdade criativa e a recusa em seguir fórmulas previsíveis de elegância. É o luxo com humor, afeto e identidade.”
Criado originalmente como uma ilustração infantil pelo artista Kasing Lung, natural de Hong Kong, o personagem surgiu há dez anos dentro do livro The Monsters e ganhou forma física quatro anos depois, quando foi licenciado pela empresa chinesa Pop Mart. A partir daí, Labubu deixou de ser apenas um brinquedo para se tornar item de desejo global — primeiro no sudeste asiático, depois nos feeds das maiores fashionistas do planeta.
Labubu aparece em versões que vão do kitsch ao minimalista: rosa bebê com glitter, branco total, pelúcia vibrante ou até coberto de lantejoulas. Mais do que um enfeite, ele se tornou símbolo de uma nova estética que mistura nostalgia, cultura pop e individualismo. “É como se as pessoas estivessem dizendo: ‘sim, eu uso Hermès, mas também tenho senso de humor e carinho por personagens da minha infância’. Esse contraste está ressignificando o que entendemos como estilo autêntico”, analisa Adriana Verbicario.
Além de sua função estética, o sucesso de Labubu também se apoia no desejo por peças colecionáveis, raras e emocionalmente conectadas. Em um cenário saturado por tendências de minimalismo silencioso, o personagem surge como um sopro de liberdade visual — e um lembrete de que o luxo também pode ser divertido. “Labubu nos faz refletir sobre a importância de brincar com a moda e se apropriar das referências que realmente nos representam”, conclui Adriana Verbicario.
