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Motorista de aplicativo denuncia injúria racial e passageiro é preso em MG: ‘Não desejo isso a ninguém’

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Motorista Warley Henrique registrou boletim de ocorrência em Divinópolis e vai seguir com o caso na Justiça. Suspeito foi autuado em flagrante e encaminhado ao sistema prisional, informou a Polícia Civil.

Um motorista de aplicativo, de 28 anos, foi vítima de injúria racial neste domingo (2) na região do Bairro Sidil em Divinópolis. Após ser ouvido, o suspeito, de 34 anos, foi preso em flagrante e encaminhado ao sistema prisional, informou a Polícia Civil.

O motorista Warley Henrique Gonçalves contou, em entrevista à TV Integração, que o caso ocorreu quando o solicitante do serviço enfrentou problemas para pagar a corrida por meio do Pix.

Warley disse que ficou parado em fila dupla até que fosse concluído o pagamento, que estava demorando. Nesse momento, os ânimos se exaltaram e ele foi xingado.

“Eu com muita paciência aguardei até que ele conseguiu concluir o pagamento e disse que estava demorando. Ele começou a desferir xingamentos contra minha pessoa, dizendo: “preto é isso, preto é assim mesmo”. Eu fiquei muito bravo e desci do carro. Nesse momento, ele entrou no prédio, fechou o portão e continuou xingando. Os moradores ficaram indignados e começaram a falar para eu processar ele. Foi aí que eu vi a dimensão do que tinha acontecido”, disse.

O motorista ainda expressou a tristeza de ter vivenciado, pela primeira vez, uma agressão de injúria racial.

“Uma situação muito difícil, muito triste, que fica marcada para o resta da vida. Eu não desejo isso a ninguém”, finalizou.
Conforme o boletim de ocorrência, o suspeito disse que discutiu com o motorista devido à divergência de valores e negou a ofensa.

Investigação
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que ouviu os envolvidos e instaurou inquérito policial para apurar todas as circunstâncias da denúncia. O suspeito foi autuado em flagrante e encaminhado ao sistema prisional. As investigações seguem em andamento na Delegacia Regional de Polícia Civil da cidade.

Injúria e racismo
O presidente Lula sancionou em janeiro a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível.

O crime de injúria racial é caracterizado quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem.
Já o de racismo ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma raça de forma geral.
Antes da lei, a pena para injúria racial era de reclusão de um a três anos e multa. Com sanção da nova lei, a punição passa a ser prisão de dois a cinco anos. A pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.

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